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Herança


A confecção deste poema foi um caso à parte, diferente dos demais poemas meus, que normalmente levam horas, às vezes dias para ser finalizados. "Herança" veio de uma golfada; nasceu, se muito, em trinta minutos, já pronto pra se mostrar ao mundo.

E eu morro a cada dia
quando cada coisa morre.
Outrora Deus me socorria;
agora já não socorre...

Vai um pássaro, coitadinho,
de hirtas e opacas asas.
Vai com ele um bocadinho
da minha alegria tão rasa.

Vão-se o amigo, o cão, o gato, o boi,
tudo vai nesta infalível jornada.
Só fica a angústia do que foi
na minha memória cansada.

Até um jovem filho se vai
sem mesmo saber p'ra onde,
na vã liberdade que atrai
e mil armadilhas esconde.

Nenhuma alegria perdura
e todo gozo é passageiro.
Só de tristeza há fartura
todo dia, o ano inteiro...

Quando eu me for (e será breve!)
levarei comigo esta carga.
Não quero que alguém herde
tanta lembrança amarga.
Remisson24 de octubre de 2008

3 Comentarios

  • Adriel

    ♫♪"Tristeza n?o tem fim, felicidade sim!"♪♫

    Bem-vind@!

    24/10/08 08:10

  • Mejorana

    Quer?a preguntarte si es gallego o portugu?s.
    Sea el que sea, es una lengua muy bella.
    Y mi Adriel, como siempre, el m?s listo de todos.
    Bienvenido Remisson

    24/10/08 09:10

  • Remisson

    Desculpe pela demora em responder-te, Mejorana, mas eu n?o conseguia mais acessar Tutextos h? muito tempo. Sou brasileiro e te convido a visitar meu livro no link
    http://remisson.bubok.com/ e o meu blog Poesia para o mundo. SE poss?vel, escreve l? e indica aos teus amigos.
    Um carinhoso abra?o deste que te admira.

    18/12/08 04:12

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