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Poema Furtivo 18 de diciembre de 2008
por remisson

O poeta ao falar de si fala dos outros,
Que cada um tem um quê do outro.
Tudo é como se fosse um amarrio de cordas
Seguidas, compassadas, continuadas.
O poeta ao falar dos outros fala de si,
Que cada um outro tem um quê de nós,
Cada um vive a vida alheia sem saber
E morre na morte do outro.
Cada poema é impessoal, é de todos,
Ainda que impregnado de evidências da mão.
O meu seu poema dele não existe.

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